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Por que não faz sentido desaconselhar a frontoplastia por causa da cicatriz ou da sensibilidade


É comum ouvir, mesmo de colegas da área médica, que não recomendam a frontoplastia por causa da cicatriz ou pela alteração de sensibilidade no couro cabeludo. Mas, se pararmos para analisar com profundidade, esse argumento não se sustenta. E eu explico o porquê.


Há décadas, o lifting facial é considerado o padrão ouro no rejuvenescimento do rosto. Ele envolve uma cicatriz longa: começa nas costeletas, contorna toda a orelha, passa pela região retroauricular e termina atrás do couro cabeludo. Ainda assim, é amplamente aceito — tanto por médicos quanto por pacientes — pelos resultados consistentes e naturais que oferece.


A frontoplastia, por sua vez, utiliza uma incisão menor, cuidadosamente planejada para ficar camuflada na linha do cabelo. A técnica é precisa, segura e oferece um resultado altamente satisfatório para pacientes que sofrem com a desproporção entre a testa e o rosto. Por que, então, a cicatriz dessa cirurgia é vista com tanto preconceito?


A resposta é direta: falta de familiaridade com o procedimento. Profissionais que não têm experiência com frontoplastia tendem a superestimar os riscos e subestimar os benefícios — algo comum quando não se domina determinada técnica.


Na prática, a cicatriz da frontoplastia evolui muito bem na imensa maioria dos casos. Quando a cirurgia é bem executada, com planejamento adequado e cuidado pós operatório correto, o resultado costuma ser uma linha fina, clara, rente ao couro cabeludo e muito sútil. Tudo isso é previamente conversado com a paciente, inclusive sobre o processo de cicatrização, os tratamentos que podem ser feitos no pós-operatório e os cuidados essenciais nos primeiros meses.


Já em relação à sensibilidade, é verdade que a cirurgia pode provocar uma dormência temporária no topo da cabeça — tecnicamente chamada de parestesia. Isso ocorre porque pequenos nervos sensitivos precisam ser seccionados para permitir o avanço da linha capilar. Mas, mais uma vez, estamos falando de algo comum em diversas cirurgias — inclusive em mamoplastias, lipoaspiração, cesarianas e até transplantes capilares. Por exemplo, mulheres que já fizeram cesariana sabem que nos primeiros meses, a pele da barriga abaixo do umbigo fica dormente, mas que há melhora gradual.

Na maioria dos casos, essa alteração melhora em até um ano. Em alguns casos, a sensibilidade não volta exatamente como era antes, mas raramente isso representa algum incômodo real no dia a dia das pacientes.


Mesmo com a dormência transitória, o relato que escuto das minhas Brilhantes é quase sempre o mesmo: a sensação é estranha nos primeiros dias, mas não chega a atrapalhar, incomodar ou impactar a rotina. Elas se adaptam com naturalidade — porque o foco, o que realmente importa, é o ganho de proporção facial e o resgate da autoestima.


Desqualificar um procedimento extremamente seguro, com alto grau de satisfação, rápida recuperação, baixíssimo índice de complicações e que ainda preserva a densidade capilar por argumentos técnicos frágeis simplesmente não faz sentido.


E eu posso afirmar isso com a autoridade de quem vive esse universo todos os dias. São quase mil frontoplastias realizadas, muitas delas associadas à cranioplastia. Tenho formação em medicina capilar, expertise em transplante capilar, e um olhar profundamente técnico sobre o couro cabeludo — mas também humano sobre o sofrimento que muitas pessoas vivem em silêncio.


Uma testa grande pode ser motivo de sofrimento real. Ela impacta a autoestima, a imagem que a pessoa tem de si mesma e até sua forma de se relacionar com o mundo. É comum ouvir relatos de pacientes que evitam fotos, penteados, espelhos. Algumas passaram anos tentando disfarçar algo que só a cirurgia poderia de fato resolver.


Frontoplastia não é só sobre estética. É sobre proporção, identidade, segurança, reconhecimento no espelho. Quando bem indicada, bem conduzida e realizada com responsabilidade, é uma cirurgia transformadora.


Se você sofre com isso, saiba que o seu incômodo é legítimo. E merece ser compreendido com respeito, acolhimento e profissionalismo.



Comparativo de Antes & Depois com 1 ano de cirurgia
Comparativo de Antes & Depois com 1 ano de cirurgia

 
 
 

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