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Escalpelamento

Dia 28 de agosto é o dia da conscientização e prevenção do escalpelamento. Participei de uma importante entrevista com a jornalista Juliana Picanço, para a revista Marie Claire sobre o tema.


1- Você pode nos explicar o que é o escalpelamento? Tem chances do cabelo crescer novamente?

Escalpelamento é o arrancamento do couro cabeludo, geralmente por acidentes. O cabelo é arrancado junto a pele, deixando o crânio exposto. Casos maiores, em que grandes áreas de pele são arrancadas, não há como crescer o cabelo novamente. Pequenos escalpelamentos, que não tenham a vascularização da pele muito prejudicada, podem ser suturados.

2- Qual é o impacto do escalpelamento no couro cabeludo e na saúde capilar das vítimas?

Quando o couro e arrancado, há uma sequela de uma parte da cabeça sem pele e, consequentemente, sem cabelo. Isso tem um impacto muito grande na aparência e na autoestima, tanto de mulheres, quanto de homens.


3- Quais são as lesões e danos mais comuns que ocorrem no couro cabeludo em casos de escalpelamento?

A lesão é o arrancamento da pele, junto com o cabelo e tecido subcutâneo, deixando uma área de ferida aberta. Dependendo da extensão dessa ferida, o tratamento cirúrgico pode ser muito difícil.


4- Como o escalpelamento afeta o crescimento do cabelo nas áreas afetadas?

O de o couro foi arrancado, não há folículos capilares, ou seja, raiz do cabelo. Portanto, não crescerá cabelo nessa região. Além disso, nas bordas do arrancamento, pode haver comprometimento do crescimento capilar, como uma espécie de alopecia de tração.


5- Existem tratamentos médicos ou cirúrgicos específicos para restaurar o cabelo em pacientes que sofreram escalpelamento?

Sim, existem. Geralmente tentamos recuperar a pele escalpelada com técnicas de microcirurgia em que os vasos sanguíneos do couro arrancado são religados aos vasos da cabeça. Mas essas técnicas são realizadas apenas em grande


s centros médicos e nem sempre são possíveis pelas características do ferimento. Outra opção é fazer retalhos locais para cobrir a ferida e/ou enxertos de pele. Nesse último caso, a ferida é fechada, mas não há crescimento de cabelo.

6- Quais são os principais desafios que as vítimas de escalpelamento enfrentam em relação à saúde do cabelo e do couro cabeludo?

Geralmente ficam com uma área sem cabelo, que pode ser muito difícil esconder. Os tratamento cirúrgicos nem sempre conseguem restaurar a aparência normal na cabeça e cabelos e é comum serem feitas muitas cirurgias ao longo dos anos, para reduzir as sequelas.


7- Como a tricologia pode desempenhar um papel importante na reabilitação das vítimas de escalpelamento?

A tricologia não é capaz de fazer crescer cabelo onde não há folículo piloso, de forma que o tratamento é muito mais cirúrgico, nesses casos, do que clínico. Os retalhos locais podem reduzir ou eliminar a área sem cabelo e eventualmente o transplante capilar pode ajudar a camuflar pequenas falhas nas bordas dos retalhos, por exemplo.


8- Existem terapias ou tratamentos específicos para minimizar cicatrizes no couro cabeludo após o escalpelamento?

Existem muitos tratamento para cicatrizes, como pomadas especiais, laser e microagulhamento. Porém, frente a magnitude das sequelas do escalpelamento, as cicatrizes não costumam ser um grande problema.


9- Quais são as opções de próteses capilares ou extensões que podem ser consideradas para ajudar as vítimas a recuperar sua autoestima após o escalpelamento?

Existem próteses que podem encobrir a falha de forma temporária ou definitiva. Podem ser adesivos para grudar diretamente na região, porém são mais difíceis de encontrar e personalizar, ou do tipo megahair, para aumentar o volume de cabelo e tentar esconder a área. Tudo depende da extensão e localização da sequela.


A tricologia pode ajudar a fortalecer o cabelo como um todo, melhorando a aparência dos fios e a saúde capilar e diminuindo os efeitos danosos que o estresse e a anestesia podem ter no cabelo. Ainda não tenha o destaque que os tratamentos cirúrgicos tem, pode agregar positivamente na autoestima das vítimas a longo prazo



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